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2 de ago. de 2009

Censura ao Estadão: A Justiça pode ser cega, mas a Imprensa, não!


O desembargador Dácio Vieira (foto E), do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), proibiu o jornal O Estado de S. Paulo e o portal Estadão de publicar reportagens que contenham informações da Operação Faktor, mais conhecida como Boi Barrica. O recurso judicial, que pôs o jornal sob censura, foi apresentado pelo empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) – que está no centro de uma crise política no Congresso.
Há muito tempo a Justiça vem tentando amordaçar a imprensa e não vê que o direito a informação é importante para o desenvolvimento democrático e uma faxina no meio político nacional. Impedir que as pessoas saibam da mazelas que acontecem nos poderes, principalmente no Legislativo Nacional é um perigoso retrocesso também para o judiciário. Hoje, com recursos de tecnologia é fácil ao cidadão comum ou a polícia flagrar, incontestavelmente, os meliantes públicos agindo em qualquer lugar do país.
O Estadão foi a primeira vítima dessa arbitrariedade “legal” encobertada por alguns membros do judiciário. E assim a Justiça acaba reeditando as inescrupulosas fases do coronelismo e da ditadura que deveriam estar devidamente higienizada da memória nacional.
Acaba que os bandidos de “colarinho branco”, ladrões do dinheiro público, têm privilégios que os batedores de carteira, traficantes, pedófilos, ainda não tiveram com a Justiça. Se for marginal, tem que assumir publicamente as conseqüências do ato, principalmente quando a vítima é o povo roubado nos extorsivos impostos. Por que podemos ouvir o que falou Fernandinho Beira-Mar, mas não se pode ouvir o que falou o filho do Sarney?
Essa atitude de esconder judicialmente a verdade acaba sendo para todos nós, brasileiros, uma admissão pública de culpa, mais uma culpa das muitas que têm vindo à tona e que na maioria das vezes só tem como justiça a execração pública dos bandidos. Na maioria das vezes tudo termina em impunidade com comemoração de pizza como pode ser conhecida na história recente do país.
Não tenho pena do Sarney, do Calheiros, como não tive do Collor, e alguns outros mafiosos se arvoraram donos do poder nacional. Tenho pena dos políticos honestos e partidos fracos que não têm, também legalmente, forças ou recursos para banir essa corja da política. Tenho pena dos eleitores que colocaram pelo voto essa cambada no Congresso novamente. E fico muito, muito triste mesmo, sabendo que alguns deles vão reaparecer eleitos em 2010. Fruto do voto de pessoas cegas como a justiça, outros por serem ignorantes, eleitores manipuláveis ou o que é pior: tão venal quanto eles.