Em gritante desvio de função a Polícia Militar de Goiás voltou com a tal Operação Legalidade em Goiânia. Estão fiscalizando a documentação de bares e restaurantes e fechando, sumariamente, os estabelecimentos. Com isso estão usurpando a função da Secretaria de Desenvolvimento do Município – SEDEM.
É como se a pessoa imprimisse uma carteira de policia e saísse por aí fazendo blitz. Mas nesse caso acabará preso e condenado por falsidade ideológica, no mínimo.
A volta da Operação Legalidade se dá pelo aumento de homicídios, mais de 30 só no início do ano, ocasião em que morreram vários jovens que na sua maioria ligados a drogas. O que nos mostra que a droga sempre mata.
Sobre os crimes sabe-se da vítima e da maneira como morreram, não se sabe se quem mata é o traficante ou grupos de extermínio.
Com essa ação policial, nitidamente ilegal, mostram-se em estatísticas que a criminalidade vai diminuir com o tal fechamento de bares e restaurantes de periferia – economicamente mais fracos. Como se esses comerciantes nos seus comércios inadimplentes com a prefeitura fossem os assassinos. Quem quer matar, planeja e mata, não sei onde se encaixa essa fiscalização. Num primeiro momento vai assustar, vai baixar crimes domésticos principalmente voltados ao alcoolismo, mas no futuro próximo pode mostrar-se inócuo.
Quem está matando, mata sabendo o que quer e como fazer. Quem ta morrendo, na maioria das vezes, também sabe o motivo e leva para o túmulo.
Novamente pessoas de baixa renda sofrerão as conseqüências. É como se bares de luxo, nos setores nobres não tivessem marginais, inadimplentes com aprefeitura, traficantes, etc. Vão atacar a periferia onde os CPFs e CNPJs são mais fracos, como tradicionalmente acontece no Brasil.
Agora, a Polícia não dá conta de conter o crime contra a vida, mas quer fiscalizar pontos comerciais. Desviando-se da função primordial da segurança, defesa da vida e do patrimônio, com contingente que deveria estar patrulhando as ruas numa operação presença maior. Ou no mínimo atendendo as chamadas com mais agilidade.
Durante a noite, em meados do ano passado durante a primeira Operação Legalidade presenciei dois crimes um deles de agressão violenta pela janela do apartamento no St Pedro Ludovico. Liguei no 190 e a viatura demorou tanto que quando apareceu não tinha mais nada. O agredido cambaleando de tanto apanhar e agressores foram embora. Poderia ter ocorrido um assassinato nesse período. Sem contar outras tantas reclamações que devem existir por essa demora entre a chamada e a chegada, efetiva, da viatura na ocorrência.
Para diminuir os assassinatos a Polícia Militar deve - em conjunto com a Polícia Civil - trabalhar mais no âmbito da Inteligência descobrindo os pontos de drogas, indiferentes aos CPFs ou CNPJs. Conter o avanço do tráfico onde quer que ele aconteça.
Se Goiânia não quer ser o Rio do futuro, tem que trabalhar com inteligência, pois com truculência... nem lá resolveu.
21 de jan. de 2010
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