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11 de nov. de 2015

A questão agraria na região Kalunga só depende do INCRA

Ontem conversei com um dos fazendeiros que tem terras na região Kalunga, ele também me e contou como estava a situação em Cavalcante em relação ao assunto. Não vou citar o nome dessa pessoa, mas em tom tranqüilo ele me explicou  o seguinte:

“Existe um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre as partes envolvidas na questão das terras no município de Cavalcante”. Na reunião em que o TAC foi firmado estiveram presente os lideres kalunga, os fazendeiros e o MP. O termo apaziguaria a situação até que o INCRA indenizasse aos fazendeiros para saírem das terras. O processo de desapropriação  já estaria em andamento.
Segundo o fazendeiro, eles esperam “apenas a indenização, justa, feita pelo INCRA, pois não querem simplesmente sair da terra sem receber pelas benfeitorias. Algumas familias adquiriram essas terras há mais de 40 anos, ou seja, mais de três gerações. Com a indenização saindo eles também deixaram as terras, mas antes, não será possível, pois perderiam tudo.”
“Como as terras em questão estão em processo de desapropriação, se os kalungas invadirem de alguma forma, segundo a Lei de Desapropriação, o processo pára e as terras não seriam mais desapropriadas pelo INCRA, ficando os fazendeiros sem as devidas indenizações para deixarem o lugar”.
O fazendeiro contou sobre o uso de motosserras para destruir uma cerca e uma choupana, “foi que o proprietário de umas terras próximas ao Vão Engenho cedeu um pedaço para um kalunga plantar sua roça. A plantação foi feita e alguns dias depois, além do roçado construíram também uma choupana e as cercas, temeroso de uma apropriação irregular em seguida, o fazendeiro teria avisado ao MP e a Polícia que iria destruir a construção e a cerca. O que foi feito. Essa invasão se concretizada, também poderia causar problemas ao processo de desapropriação que está em poder do INCRA.”
Com relação à colheita que foi queimada, o mesmo fazendeiro conta que “uma queimada em  propriedade vizinha, o fogo ficou sem controle, invadiu e atingiu toda a região, queimando também a referida colheita kalunga. Um acidente que teria sido, inclusive, fotografado como prova do acidente.”
“Nós nunca tivemos problemas com os kalungas antes, apenas de uns tempos para cá. Vivíamos em harmonia na região. Agora, mais recentemente, os problemas estão aumentando. Nós só queremos que o INCRA nos indenize, depois sairemos sem problemas,” disse o fazendeiro.
Acredito que a paciência, o diálogo seja a forma mais correta de conter os ânimos na região. As partes deveriam se organizar e juntas irem buscar no INCRA uma solução mais rápida. Enquanto isso, os dois lados, com sabedoria, podem continuar convivendo como antes, em paz.

Por João Carlos Barreto
Goiás em Notícias.com

Na foto a beleza da região.