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13 de fev. de 2012

Goiânia:Fazenda Esperança da AGSEP deverá atingir 70 alqueires de área plantada

A programa Fazenda Esperança (FE) da Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (AGSEP), que começou a ser implantado, neste mês, na área rural do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, com o plantio de 40 alqueires de grãos, deverá atingir 70 alqueires de produção, com a criação de uma estrutura de abastecimento para 5 mil toneladas de grãos, 2 mil toneladas de carne bovina, suína, aves e peixes, mil toneladas de hortifrutigranjeiros, e o cultivo de 1 milhão de mudas de plantas nativas do cerrado para recuperação de nascentes e áreas degradas, utilizando mão-de-obra de reeducandos. Durante o evento de lançamento da FE no Auditório Mauro Borges do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, na Praça Cívica, o presidente da Embrapa, Pedro Antônio Arraes, afirmou que o programa deverá ser replicado para todo o país e que já teria apresentado essa proposta à presidenta Dilma Roussef.

Além da Embrapa, participarão também da execução da FE a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro), Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e as Centrais de Abastecimento de Goiás (CEASA). O evento de lançamento foi presidido pelo vice-governador, José Eliton, representante do governador Marconi Perillo no ato. Estavam presentes autoridades do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Ministério Público, Judiciário, Executivo, Legislativo, Conselho da Comunidade da Execução Penal em Goiânia, Pastoral Carcerária, além dos representantes dos parceiros envolvidos na ação e servidores de AGSEP. Todos os parceiros têm papel definido na assistência e sustentação técnicas do projeto.
Em 60 dias, a administração penitenciária apresentará o projeto de execução de todas as atividades agropecuárias e sociais que serão desenvolvidas. O projeto será elaborado por técnicos da Embrapa. De acordo com o vice-governador, a Fazenda Esperança “tem um nome peculiar por sugerir a necessária esperança do retorno do indivíduo preso ao convívio social com dignidade”, afirmou. “A busca por parcerias fortalece a eficiência nos processos que serão executados e, efetivamente, a esperança para a população carcerária que estará envolvida com o trabalho”, completou ele. Hoje, a média de presos que trabalham no Estado é de 4,5 mil presos mas, a expectativa é alcançar a meta de 10 mil presos com a implantação da FE em todas as 76 unidades prisionais administradas pela AGSEP. De acordo com o presidente da Embrapa Pedro Arraes, a empresa que representa trabalha com pesquisa mas, também com ações de consolidação de políticas públicas como a Fazenda Esperança. “isso é um ato de solidariedade. Nós podemos colaborar e muito”, afirmou Arraes. Para o presidente da AGSEP, Edemundo Dias, só não trabalhará no programa aquele que não tiver interesse. “Para aquele que manifestar interesse em trabalhar e, assim, construir uma maior possibilidade de retorno à sociedade com dignidade, não vai faltar trabalho”, disse ele.
Na prática, a administração penitenciária quer aumentar o número de presos no trabalho com atividades agropecuárias e, ao mesmo tempo, ampliar a produtividade para a subsistência da própria população carcerária. Pare da produção também será doada para contribuir na alimentação dos familiares dos presos e até de entidades filantrópicas cadastradas na OVG. Entre as atividades múltiplas que serão desenvolvidas no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia estão:
Cerâmica
A cerâmica, que está parcialmente parada, será reativada para produzir 24 horas/dia, com capacidade de até 12 mil tijolos/dia com até 50 presos empregados no local. “Podemos até fornecer tijolos para o Programa Minha Casa Minha Vida”, disse Edemundo Dias. Hoje, as máquinas de produzir tijolos estão inutilizadas e a fabricação tem girado em torno de vasos para plantas.
Suinocultura
Na criação de porcos, a projeção é de abater até 600 cabeças/mês, com o objetivo de produzir carne para a alimentação da população carcerária. “Isso enriquece o cardápio, possibilita um maior valor nutritivo’, disse Edemundo. Uma das ordens dada pelo presidente é a da reativação da cozinha do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, que foi fechada após um incêndio em julho deste ano e influenciou, inclusive, no não abate de animais para a alimentação dos presos, já que o serviço de alimentação foi terceirizado pela administração penitenciária.
Um médico veterinário, servidor da AGSEP, Bruno Baiocchi, foi destacado para criar o projeto de revitalização da criação de animais da Fazenda Esperança. “Na criação de porcos, vamos criar mais quatro galpões. A ideia é criar mecanismos de profissionalização no manejo dos porcos”, disse Baiocchi. Hoje, cinco presos trabalham no local, mas, com a revitalização, serão 20 presos, sendo quatro em cada galpão. A capacidade de produção será de 10 toneladas de carne/mês. “Nós vamos unir a suinocultura com a piscicultura”, disse Edemundo.
Cio da Terra
Na área agricultável, o presidente da AGSEP lamentou que haja uma área pouco aproveitada. Hoje, é cultivado apenas o milho. A retomada do Cio da Terra prevê o plantio de arroz e feijão, para a alimentação dos presos, e milho e sorgo para a alimentação dos animais da fazenda. Nas três represas existentes na área será desenvolvida a atividade de piscicultura. A água também será utilizada para a irrigação de áreas plantadas. O Cio da Terra é um programa lançado pelo próprio Edemundo Dias, em 2008, quando era o gestor da administração penitenciária. Nas hortas, haverá a revitalização com o aumento de mudas e sementes plantadas. “Se colocarmos 50 presos para trabalhar nessa atividade, já está bom”, afirmou Dias.
Fábrica de farinha
Na fábrica de farinha, também visitada pelo presidente da AGSEP, foram encontradas máquinas inutilizadas e envelhecidas. De acordo com ele, a retomada da fábrica é para a produção de até mil quilos do produto/dia e empregar até 20 presos. “Não podemos admitir que essa fábrica fique ociosa. A mandioca que vamos plantar nas hortas será destinada à fábrica”, informou Dias.
Bovinocultura
Hoje, a área rural do Complexo tem 90 cabeças de gado, com capacidade de até 90 litros de leite/dia. A projeção da presidência da AGSEP é aumentar o número de animais e alcançar até 200 litros de leite/dia e ocupar até seis homens no manejo necessário. Hoje, quatro detentos trabalham na atividade. “Empregar o preso é provocar uma melhor autoestima e a confiança do preso na administração, pois ele perceberá a oferta das oportunidades de sustentar a família dele com o salário que ganhará com o trabalho dentro do presídio, além de perceber que sairá daqui preparado para se inserir na sociedade com uma nova profissão e dignidade”, completa Edemundo.
Para a criação da Fazenda Esperança, a administração penitenciária deu início à interlocução com parceiros da iniciativa privada e entidades civis organizadas. Edemundo Dias garantiu que os trabalhos começarão de imediato, com máquinas e presos apostos a partir da semana que vem. O presidente trabalha com a expectativa de que em seis meses já esteja com boa parte do Projeto da Fazenda Esperança em execução.
Fonte:Ag. Goiana do Sistema Penal.
Foto: Presidente da AGSEP, Edemundo Dias