A questão da sacolinha, hoje, é mais uma questão econômica do que de ecologia. As pessoas ganhavam as sacolinhas no comércio e depois reutilizavam para acomodar o lixo até o recolhimento pelos garis da prefeitura. Era mais fácil e prático, transportar as compras e acondicionar o lixo depois, podendo inclusive ser os resíduos descartados separadamente de forma ecológica.
Agora, estão forçando ao consumidor compra sacolas de pano retornáveis por preços superfaturados ( em relação ao material utilizado na confecção deles), a pagar R$0,25 por sacolas biodegradáveis ou a utilizar gratuitamente as desconfortáveis caixas de papelão descartadas pelos supermercados. O consumidor saiu perdendo em custo e praticidade no transporte.
Depois de consumir as compras, as embalagens que na maioria ainda são de plástico e outros produtos até poluentes são descartados para a coleta do lixo como? Nas caixas de papelão ou nas sacolinhas biodegradáveis com o consumidor jogando foca R$0,25 por sacolinha. Ou o que é pior, terá de comprar sacos de lixo – aqueles pretos ou azuis – pagando logicamente mais caro devido a demanda, aumento na procura do produto.
Alguém deu a dica de se confeccionar saquinhos de papel com restos de jornais e revistas, chega a ser ridículo. Nos tempos atuais, na correria diária, poucas pessoas vão perder tempo confeccionando esses saquinhos. Sem contar que o papel ainda vem da celulose das árvores e está a cada dia sendo menos utilizado – a opção maior hoje é da comunicação eletrônica.
A sacolinha pode até demorar a se desfazer na natureza, mas outras embalagens de mesmo gênero e até produtos poluentes que são mais difíceis de deteriorar na natureza continuam a ser comercializado normalmente, ninguém questiona, por exemplo, outras embalagens plásticas e até de alumínio como as de “marmitex”, copos descartáveis, etc.
Banir a sacolinha é uma situação de cunho econômico que o motivo ecológico chega a ser uma piada de mau gosto. Poluentes mais danosos com abrangências mais devastadoras – os acidentes com combustíveis, descartes de pneus, pilhas e baterias, detritos químicos industriais jogados em rios, etc – situações graves em que os poluidores recebem multas vultosas que na maioria das vezes nem são pagas, acontecem cotidianamente. É mais ou menos como aquele ditado que diz: “Engoliu um elefante e engasgou com o mosquito”.
Tenho dito! Por João Carlos Barreto


