O site Goiás em Notícias e o impresso Pequeno Audaz mantiveram a postura de imparcialidade tradicional ao jornalismo nas eleições 2010. Embora todos os colaboradores tenham suas preferências para votar não se utilizaram ou tentaram persuadir na utilização dos nossos veículos em prol deste ou daquele candidato.
Acreditamos que individualmente tenhamos, democraticamente, os nossos candidatos, mas os nossos leitores têm total liberdade de escolha, baseando-se apenas nas propostas e denúncias – muitas por sinal – apresentadas nos programas eleitorais. O povo deve ser soberano na escolha e não induzido por interesses dos veículos de comunicação comprometidos com qualquer político. A mídia não deve ter lado, pois deve servir apenas ao lado do povo em geral. Se quiser atender aos interesses políticos de grupos que, então, faça um veículo específico para isso.
Hoje vemos mídias nitidamente partidárias se dizendo “independente” enquanto assistimos seu atrelamento a ideologias e grupos políticos tentando persuadir com esse discurso, influenciar pessoas (eleitores).
Ver veículos de comunicação envolvidos diretamente em campanhas, utilizando-se da sua possível “credibilidade” como peso pendente na balança dos seus interesses, em geral também acabam causando dano de credibilidade e imparcialidade na visão do povo no jornalismo em geral.
Como fica, agora, a credibilidade desses veículos parciais junto a opinião pública? Será que ainda apostam naquela máxima de que “o povo tem memória curta”?
A situação em que vivemos consterna aqueles que lutaram pela liberdade de imprensa com imparcialidade e independência. Muitos dos veículos comprados a custa de valiosas publicidades acabam se tornando divulgadores oficiais de governos e governantes. Nada contra a publicidade oficial em qualquer veículo, mas contra a vinculação patronal entre governo e mídia.
O consumidor deve estar atento, uma vez que veículos de comunicação conceituados devem trabalhar apenas em defesa do povo e da democracia. Mostrando o que está certo e cobrando soluções aos erros que se sucederem. Mas veículos com esse perfil estão quase em extinção.
Para que os meios de comunicação livrem-se do vício das verbas publicitárias governamentais é importante que os empresários e empreendedores sérios invistam qualitativamente mais em veículos de comunicação que buscam esse perfil histórico de idoneidade, imparcialidade e credibilidade.
É constrangedor ver bons comunicadores e veículos se sujeitando e disputando lado na política partidária, almejando, certamente, algum tipo de benesse pessoal ou empresarial. Quem apóia o vencedor estará bem de vida, mas quem apóia o derrotado certamente sofrerá as conseqüências da escolha.
Moralmente esse tipo de escolha está indo na contramão da história e do esperado pelo público. Que credibilidade tem, a partir de agora, os veículos de comunicação que apoiaram o vencedor?
Se falarem bem deste governo ou do político governante o povo vai dizer que estão comprados ou são “puxa sacos”. Se falam mal o povo vai dizer que “houve racha no grupo político” ou que “ estão cuspindo no prato que comeram.” De todo jeito estarão maculados junto a opinião pública. Será que compensa esse tipo de desgaste que poderá comprometer o futuro do veículo de comunicação? Sem credibilidade não se tem razão para existir.
Por isso, na nossa imparcialidade, desejamos pleno êxito e sucesso a todos os políticos eleitos e que consigam realizar tudo o que prometeram na campanha, pois é isso que o leitor espera de políticos sérios e honestos.
Esperamos que não haja a infantilidade da perseguição aos derrotados ou quem quer que seja. Assim como se espera da oposição um trabalho sério e não apenas a oposição por oposição.
Vencedores e derrotados devem se lembrar que apolítica é como a balança: O derrotado de hoje pode ser o vencedor de amanhã.
Ambos devem trabalhar “para o povo e pelo povo” e a parte da imprensa verdadeiramente independente e imparcial deve fazer seu trabalho com isenção, mostrando a realidade dos fatos.
Que na balança política no próximo mandato seja pendentes para as realizações positivas para todos, sempre buscando o bem estar da coletividade em contraponto com a ganância e os interesses pessoais ou grupos.
João Carlos Barreto
Editor