Seis estudantes de ciências sociais da Unicamp que desenvolvem uma pesquisa de campo antropológica no Haiti afirmam que foram hostilizados pela embaixatriz do Brasil no Haiti, Roseana Kipman, mulher do embaixador do Brasil no Hati, Igor Kipman. Em seu blog chamado Pesquisadores da Unicamp no Haiti, os estudantes relatam que a embaixatriz negou abrigo a eles e que a embaixada não teria nenhuma responsabilidade sobre o grupo.
"Ela não nos perguntou nada. Não sabia quem éramos, ou o que fazíamos aqui. Quando soube que de um grupo da Unicamp se tratava, não titubeou: "A embaixada não tem nenhum compromisso com a Unicamp. O embaixador proibiu que fossem hospedados em nossas dependências. Ele é o embaixador, ele manda; se hospedamos vocês temos que hospedar todos".
Os estudantes também afirmaram que a embaixatriz se negou a dar informações sobre como buscar ajuda para voltar ao Brasil. "E seguiu, com pérolas: "A embaixada não vai evacuar ninguém porque eu não vou sair daqui. Vocês devem voltar para o Brasil como vieram. Vocês sabem onde fica o aeroporto, comprem passagem; vocês sabem onde fica a rodoviária, de lá saem ônibus para a república dominicana". E prosseguiu com a máxima: "Não temos nenhuma responsabilidade sobre vocês. Vocês estavam no lugar errado na hora errada, sinto muito".
Itamaraty explica atendimento feito a brasileiros O Ministério das Relações Exteriores (MRE) afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não iria comentar as afirmações postadas no blog. Segundo a assessoria, a embaixatriz não é uma funcionária da embaixada e que, mesmo assim, estaria trabalhando de forma voluntária para ajudar a todos que buscam por socorro.
"O que se sabe é que a embaixatriz, apesar de não ser funcionária, está trabalhando de forma abnegada desde que aconteceu o terremoto. Esse relato é surpreendente, porque bate de frente com outras informações que recebemos, que dão conta de que ela estaria com boa vontade de ajudar", afirmou a assessoria de imprensa do MRE.
A assessoria afirmou que o Ministério enviou para o Haiti o diplomata Bernado Penha Brasil exclusivamente para fazer o atendimento das pessoas que desejam voltar para o Brasil. Para isto, basta procurar a embaixada, que devido ao terremoto está funcionando no prédio do centro cultural Brasil-Haiti, e pedir atendimento. Aqueles que desejam voltar, terão seu retorno ao Brasil feito em voos da FAB.
De acordo com a assessoria, até sexta-feira a embaixada contabilizava uma lista com 20 pessoas que já manifestaram seu desejo de voltar ao Brasil.
Fonte:Terra