De repente os animais do zoológico de Goiânia começam a morrer por causas “ naturais”, todos no mesmo período. Um misterioso caso para detetives como Sherlock Holmes, Hercule Poirot, Força-G ou mesmo o tecnológico CSI. Já subiu para 62 o número de vítimas, a última foi a girafa Kim encontrada morta na sexta-feira (21/08).
O jovem diretor do Zôo, Raphael Cupertino, numa das primeiras entrevistas atribuiu a mortandade às causas naturais, por se tratarem de animais idosos, mas podemos perceber nas entrevistas mais recentes que ele demonstra não sabe exatamente o que está acontecendo na sua gestão. Tanto assim que Ministério Público Federal em Goiás (MPF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema) passaram a concentrar as investigações na hipótese de envenenamento dos animais. Dos 621 animais confinados, 8% já morreram desde janeiro, segundo informações veiculadas na imprensa.
Com relação a morte dos nove tracajás (quelônios), os suspeitos, já detidos, são quatro gambás adultos - não eram “ di menor” - capturados recentemente e encaminhados para jaula. Já na morte da Girafa a coisa ficou mais séria, pois poderia haver envenenamento tendo como suspeita a mulher que trabalhava no circo de onde o animal teria sido adotado.
Algumas coisas não são muito claras no caso. Com relação aos gambás assassinos: Por que eles estando na mesma região, apenas agora resolveram atacar os tracajás? Ao que parece isso nunca aconteceu antes. Na morte da Girafa: Como poderia uma mulher estranha ao quadro de funcionários estar no zôo se o lugar foi fechado para visitantes? Como ela entrou e quem autorizou a “visita”?
O assunto pode ficar mais intrigante se pensarmos que o Zoológico de Goiânia já é um incomodo para a cidade no lugar em que está. Tanto que há anos fala-se em uma transferência para outro local, só que nada efetivamente foi feito.
Se raciocinarmos um pouco mais, vamos deduzir que a mudança do Zoológico com centenas de espécies deva ter um custo considerável, mas se começarem o zoológico novo com espécies novas (livres dos velhos animais) fica mais fácil, uma vez que as novas aquisições iriam direto para as novas dependências sem o custo da transferência. Ou seja: menos animais para se transferir, menos transtornos e despesas para o município iniciar o novo zoológico.
O intrigante é como animais de espécies diferentes, metabolismos diferentes, idades diferentes, morram todos praticamente juntos numa mesma época por causas...digamos: “naturais”. Seria um pacto de morte entre eles? Ou a ação institucional de um Serial Killer animal facilitando as coisas para o poder público na criação de novo zoológico?
Não dá pra afirmar o envolvimento do governo municipal nas mortes, apesar das deduções. Só o tempo e as investigações vão dizer o que realmente aconteceu, mas não tenho conhecimento de nada semelhante em nenhum zoológico do mundo.
Mistério...!
27 de ago. de 2009
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