Na noite do dia nove de julho, por volta das 21:00 horas uma viatura da Rondas Ostensivas Tática Metropolitana (ROTAM/PM/GO) passou no St Pedro Ludovico. Sirene ligada e em alta velocidade.
Quando chegou ao cruzamento da Av Circular com a Av 90, o sinal estava fechado e uns 10 carros parados. Então o motorista da viatura não esperou os carros darem passagem, subiu na calçada e foi em alta velocidade em direção à esquina, onde rapidamente retornou para a pista e seguiu na ocorrência.
Uma imprudência desnecessária, presenciada por mim e por todos que estavam na lanchonete (Pit Dog) e nos carros parados no sinal.
Se alguém, pedestre na calçada, cruzasse a esquina naquele momento, o motorista policial – devido a alta velocidade – não teria tempo de ver e muito menos desviar. Seria morte certa para o transeunte.
Felizmente nada aconteceu naquela noite e até por isso os motoristas da ROTAM deveriam ter mais cuidado nessas situações em que podem causar o fim trágico de uma vida, o sofrimento para familiares, punição para o policial com perda do emprego, processo e mancha na imagem da corporação.
Será que a imprudência no combate ao crime compensa a vida de uma pessoa inocente?
O texto acima foi enviado para uma emissora de TV aberta de Goiânia no dia seguinte para dar o alerta durante o jornal interativo.
Não deu outra: no dia seguinte dia 10/7 uma viatura do Choque, na contra mão de uma rua, bate em uma moto mata uma jovem e fere outra vítima.
Uma morte anunciada, infelizmente. (Matéria do DM abaixo).
É comum ver autoridades policiais, inclusive as ligadas ao trânsito cometendo diversas irregularidades, sem que haja a menor punição. Estacionam nas calçadas, dirigem com os braços e alguns até com o corpo para fora dos veículos, etc. Sejam policiais ou mesmo os agentes da Agência Municipal de Trânsito (AMT) que deviriam dar o exemplo comete os erros básicos e alguns alarmantes, mas apenas os contribuintes pagam as multas ou perdem a vida.
Os motoristas em Goiânia são tão expostos e usurpados em multas que mesmo quando uma ambulância pede passagem muitos continuam parados nos sinais. É que quando ultrapassam os sensores e são fotografados, acabam pagando as multas, mesmo que seja por dar passagem a uma ambulância, viatura da PM ou Bombeiro atendendo ocorrência. Com medo dessa situação não saem e atrapalham o socorro e o salvamento.
Porém, isso não justifica a imprudência cometida pelo motorista da ROTAM. Uma coisa é atender rapidamente ao chamado, a outra é por em risco a vida de pessoas inocentes e mesmo dos colegas no interior da viatura.
Por conta da imprudência oficial, outra pessoa morre. Sinto, infelizmente, que não será a última. Pois essa prática de direção perigosa policial é antiga em Goiânia.
Acidente que envolveu veículo da PM será investigado
De acordo com o jornal Diário da Manhã (14/07), o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Carlos Antônio Elias, também falou sobre o acidente envolvendo uma viatura do Batalhão de Choque da PM na colisão com uma motocicleta que causou a morte da condutora da moto Adriene Clarice da Silva Amaral, 30, e deixou gravemente ferida a passageira Maiara de Souza Ledo, 18. Segundo o comandante, o que aconteceu foi um acidente de trânsito e isso “vai ser apurado. Vamos aguardar a investigação para esclarecer os fatos”, afirmou o comandante-geral durante coletiva à imprensa.
O acidente aconteceu na noite de sexta-feira (10), e, de acordo com informações, a viatura estava com o sinalizador – que identifica carros da polícia – desligado, teria deixado a Rua Doutor Constâncio Gomes e invadido a pista da Avenida Goiás, no centro da Capital, na contramão e alta velocidade. Maiaria continua internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência de Goiânia, em “estado regular”, informou o hospital. Sobre a morte de Adriene, Antônio Elias lamentou. “É uma vida humana que se perde”, disse o comandante.

